sexta-feira, 27 de julho de 2007


É você é um negão de tirar o chapéu
Não posso dar mole se não você ... creu
Me ganha na manha e babau,
Leva meu coração.
É, você é um Ébano lábios de mel
Um príncipe negro, feito a pincel
É só melanina cheirando a paixão.
É, será que eu cai na sua rede ainda não sei
Sei não, mas to achando que já dancei
Na tentação da sua cor
Pois é, me pego toda hora querendo te ver
Olhando pras estrelas pensando em você
Negão eu to com medo que isso seja amor.
Moleque levado, saber de pecado, menino danado
Fiquei balançada, confesso, quase perco a fala
Com seu jeito de me cortejar
Que nem mestre-sala.
Meu preto retido, malandro distinto Será que é instinto. Mas quando te vejo enfeito meu beijo, retoco o baton .
A sensualidade da raça é um dom
É você, meu ébano é tudo de bom!!!
Manuela Carneiro da Cunha observa:

"Aqui o escravo é visto, não se dá a ver. É visto sob formas que o despersonalizam de duas maneiras, mostrando-o seja como um tipo, seja como uma função. Não é o rosto único do retrato que se busca típico, mas a generalidade que permite reconhecê-lo como um "negro mina", "gabão", "cabinda", "crioulo". Enquanto tipo, ele está ali como sinal de uma categoria que o subsume, outra coisa que não ele, maior do que ele, e na qual sua especificidade (por mais que seu rosto, único, seja indelével no retrato) se torna irrelevante (XXIII)."

NEGRO OLHAR


IMAGEM AQUI


MARTIN LUTER KING, O ASSASINADO LÍDER NEGRO DOS E.U.A

A Política de Cotas nasUniversidades Públicas Brasileiras


Carlos Ignácio Pintocarlos@klepsidra.netBacharel em História / USP


Muitas pessoas se assustam ao ouvirem a idéia de criação de cotas para negros nas universidades públicas Brasileiras. Este artigo busca compreender o medo e a falácia que giram em torno das cotas, bem como demonstrar minha sincera opinião sobre o sistema de cotas no Brasil, e de como o compreendo dentro de um universo muito maior de uma série de correções de nossa sociedade tão “democrática” e “anti-racista”.



Os discursos contrários à política de cotas se pautam basicamente em dois elementos que não se sustentam: o primeiro seria que ao invés do ingresso de negros através da política de cotas, o fundamental seria a melhoria substancial do ensino médio no Brasil que garantiria uma equiparação de saberes para os alunos que pretendem ingressar em uma universidade através do vestibular; e o segundo, como desdobramento do primeiro, seria que no Brasil a diferenciação entre os ingressantes em uma universidade e aqueles que não conseguem sucesso no vestibular estaria pautada na diferença econômica, ou seja, a entrada em uma universidade pública dependeria exclusivamente do poder aquisitivo do aluno e a economia despendida em sua formação escolar.



Estes dois argumentos fazem parte do discurso comum, daqueles que se pronunciam contrários ao sistema de cotas e não possuem muita coisa a acrescentar; o primeiro argumento de que “é necessário uma melhoria do ensino no Brasil” é um discurso de décadas, ou seja, aguarda-se a melhoria também a décadas ao passo em que a exclusão permanece; defendemos tal argumento e o que se apresenta como proposta para que isto se efetue?



Quase nada! Não peça aos movimentos de inserção do negro que abandonem suas políticas efetivas em troca da espera; não espere a acomodação na esperança da equiparação da formação escolar dos alunos oriundos de escolas públicas em relação aos oriundos de escolas particulares.



A exclusão do negro da Universidade Pública é latente!!!!!!!! Percebam o perigo deste argumento, na medida em que nos reduz a paciente do processo, sendo que o que a comunidade negra no Brasil precisa é da aplicação de medidas imediatas, independente se for para reparação do mal que se faz até hoje a esta comunidade ou se para realmente começarmos a dar um fim a exclusão do negro no ensino superior brasileiro.





Sobre o segundo argumento que trata sobre a desigualdade social, mas é claro que o pobre é que não consegue ingressar em uma universidade pública, entretanto mesmo entre os pobres, o número de negros pobres está 47% acima dos brancos, ou seja, existem mais pessoas miseráveis negras do que brancas, e entre estas, os negros são os de menor salário e poder aquisitivo; a remuneração para um mesmo cargo é diferente entre negros e brancos. A maioria (na realidade, uma minoria) dos alunos oriundos de escolas públicas que conseguem entrar em uma universidade pública no Brasil são brancos, ou seja, mesmo entre aqueles que conseguem vencer a diferença, os negros são minoria.



Você que está lendo este artigo e estuda em uma universidade pública, ou até mesmo privada no Brasil, repare a sua volta em sua universidade, e veja a gritante diferença entre o número de negros e brancos. Desigualdade Social? Também, mas muita desigualdade racial presente.






quinta-feira, 19 de julho de 2007

GLÓRIA MARIA -"ENFRENTO PRECONCEITO NO FANTÁSTICO"




“Sou célebre porque tenho um trabalho que todo mundo vê.
Tudo que faço vira notícia”, diz Glória Maria

Incomoda-se de ser vista como uma celebridade?


Nada me incomoda. Celebrity é uma pessoa que é célebre, conhecida. Esse o sentido clássico da palavra. E eu sou. Trabalho há mais de 25 anos, as pessoas me conhecem. Sou célebre porque tenho um trabalho que todo mundo vê. Então por que me incomodaria? Não tenho assessoria de imprensa, nunca liguei pra ninguém para passar nota e todos sabem tudo de mim. Tudo que faço vira notícia.

Esse é um dos motivos das resistências na Globo?


A Globo é o meu trabalho. O meu vínculo com a Globo é afetivo. Só que a minha vida não se resume a um afeto. Eu vivo. Eu saio, namoro, vou ao cinema. Isso independe do meu trabalho, se isso vira notícia é outra história. Jogo frescobol na praia e nunca ninguém me fotografou de biquíni porque nunca permiti. Sei onde vou jogar. Só que para algumas pessoas incomoda o fato de eu escapar do controle que elas estabeleceram.

Você enfrentou preconceito no Fantástico?


Enfrento até hoje. É muito difícil para as pessoas que eu esteja apresentando o Fantástico. Tem preconceito sim. Ainda sinto focos de resistência, não do público. Só estou no Fantástico por causa do público. É difícil para as pessoas que formam os focos de resistência entenderem que sou uma profissional que tem história e credibilidade. Para muitos isso é inadmissível quando se tem como invólucro a pele negra.

Sofre boicotes?


Tem resistência, tem boicote, tem coisas daqui e dali. Mas faz parte do meu show. Estou acostumada a enfrentar este tipo de obstáculo. Venço isso com trabalho. Tenho as pessoas que acreditam em mim. Se fosse mais frágil e mais fraca, já teria saído fora há muito tempo porque a pressão é violenta.

Que tipo de pressão?


É difícil exemplificar porque são coisas muito sutis como sutil também é o preconceito. Ninguém vai ter coragem de dizer: ‘Não estou afim de que você continue apresentando o programa’. Não é assim que a banda toca. A coisa é feita de maneira sutil, portanto cruel. Mas sei como as coisas acontecem, enfrento.

Sofre preconceito fora da tevê?


Não. Fora da televisão já aprenderam a me aceitar e respeitar. Não tem mais aquela história de que "ela é clarinha". Todo mundo sabe que sou negra, que tenho talento e que trabalho direito. O preconceito que enfrento a cada dia é profissional, dentro da televisão. É difícil aceitar uma profissional que tenha ultrapassado a barreira do jornalismo. Como sou conhecida e estou sempre na mídia, isto incomoda mais ainda.

(Entrevista à Revista Isto È Gente)


MV Bill - Só Deus Pode Me Julgar


Vai ser preciso muito mais pra me fazer recuar
Minha auto estima não é fácil de abaixar
Olhos abertos fixados no céu
Perguntando a Deus qual será o meu papel
Fechar a boca e não mesmo aos meus pensamentos
Com receio que eles possam causar constrangimentos
Será que é isso não cumprir compromisso
Abaixar a cabeça e se manter omisso
A hipocrisia a demagogia ser entregue à orgia sem ideologia
A maioria fala de amor no singular
Se eu falo de amor é de uma forma impopular
Quem não tem amor pelo povo brasileiro
Não me representa aqui nem no estrangeiro
Uma das piores distribuições de renda
Antes de morrer talvez você entenda
Confesso para ti que é difícil de entender
No país do carnaval o povo nem tem o que comer
Ser artista popstar pra mim é pouco
Não sou nada disso
Sou apenas mais um louco
Clamando por justiça, igualdade racial
Preto, pobre é parecido, mas não é igual
É natural o que fazem no Senado
Quem engana o povo simplesmente renuncia ao cargo
Não é caçado, abre mão do seu mandato
Nas próximas eleições bota a cara como candidato
Povo sem memória, caso esquecido
Não foi assim comigo, fiquei como bandido
Se quiser reclamar de mim que reclame
Mas fale das novelas e dos filmes do Van Damme
Que teve no Brasil no programa do GuguRebolou,
vacilou, agachou e mostrou oVolta pra América e avisa pra Madonna
Que aqui não tem censura, meu país é uma zona
Não tem dono, não tem dona, nosso povo tá em coma
Erga sua cabeça que a verdade vem à tona
É, mantenho minha cabeça em pé
Fale o que quiser, pode vir que já é
Junto com a ralé sei dar marcha ré
Só Deus pode me julgar
Por isso sou da fé
Mantenho minha cabeça em pé
Fale o que quiser, pode vir que já é
Junto com a ralé sei dar marcha ré
Só Deus pode me julgar
Por isso sou da féSoldado da guerra a favor da justiça
Igualdade por aqui é coisa fictícia
Você ri da minha roupa
Ri do meu cabelo
Mas tenta me imitar se olhando no espelho
Preconceito sem conceito que acontece à nação
Vimos no descaso mesmo após a abolição
Mais de 500 anos de angústia e sofrimentos me acorrentaram
Mas não meus pensamentos
Me fale quem tem o poder quem pra condenar quem pra censurar alguém
Então me diga o que causa mais estrago100 gramas de maconha ou um maço de cigarro
O povo rebelado alcooliza na favelaA música do Bill ou o a próxima novela
Na tela seqüela no poder, corrupção
Entramos pela porta de serviço, nossa grana não
Tá bom, só pra quem manda bater pisando nos humildes
E fazendo nosso bode crescerMST Cut Une culpa PCCO mundo se organiza
Cada um a sua maneiraContinuou me ironizando, ouvindo como brincadeira BesteiraCoisa de moleque revoltado, ninguém mais quer ser boneco
Ninguém quer ser controlado, vigiado, programado, calado, ameaçado
Se for filho de bacana o caso é abafado
A gente que é caçado, tratados como réu
As armas que eu uso é microfone, caneta e papel
A socialite assiste a tudo calada
Salve salve salve ó pátria amada mãe gentil
Poderosos do Brasil
Que distribuem para as crianças cocaína e fuzil
Me calar, censurar porque não pode falar nada
É como se fosse um rabo
]Sejam falando da bunda mal lavada
Sem investimento do esquecimento
Explode um pensamento mais um homem violento
Que pega num canhão e haje inconseqüente
Eu pego o microfone com um discursso contundente
Quem te assusta uma atitude brusca
De que vem ficando e lutando por uma vida justa
Fui trasformado num bandido do milénio
O sensacionalismo por aqui merece um prêmio
Eu tava armado, mas não sou da sua laia
Quem é mais bandido: Beiramar ou Sérgio Naya?
Quem será que irá responder: governador, senador, prefeito, ministro?
Você que é caçado e sempre paga o pato
Erga sua cabeça para não ser fuzilado
É, mantenho minha cabeça em péFale o que quiser, pode vir que já é
Junto com a ralé sei dar marcha ré
Só Deus pode me julgarPor isso sou da fé
Mantenho minha cabeça em pé
Fale o que quiser, pode vir que já é
Junto com a ralé sei da marcha ré
Só Deus pode me julgarPor isso sou da fé
Como pode ser tragédia a morte de um artista
E a morte de milhões apenas uma estatística
Fato realista de dentro do Brasil
Você que chorava lá no gueto, ninguém te viu
Sem fantasiar realidade dóiSegregação, menosprezo, é o que destrói
A maioria esquecida no barraco
Que ainda é algemado, extorquido e assasinado
Não é moda: quem pensa incomoda
Não morre pela droga, não vira massa de manobra
Não me idolatra mauricinho da tvNão deixa se envolver porque tem que proceder
Pra quê, por que, só tem paquita loiraAqui não tem preta como apresentadora
Novela de escravo a emissora gostaMostra os pretos chibatados pelas costas
Mais confusão na cabeça de um moleque que não gosta de escola
E admira uma HidratekClic ClacMão na cabeça quando for roubar dinheiro público
Vê se não esqueça que na sua conta
Tem a honra de um homem envergonhado
Ao ter que ver sua família passando fome
Ordem e progresso e perdão
Ladrão na mão de quem rouba muito não tem punição
É, mantenho minha cabeça em pé
Fale o que quiser, pode vir que já é
Junto com a ralé sei da marcha ré
Só Deus pode me julgar
Por isso sou da fé
Mantenho minha cabeça em pé
Fale o que quiser, pode vir que já é
Junto com a ralé sei da marcha ré
Só Deus pode me julgar
Por isso sou da fé
Mantenho minha cabeça em pé
Fale o que quiser, pode vir que já é
Junto com a ralé sei dar marcha ré
Só Deus pode me julgar
Por isso sou da fé
Mantenho minha cabeça em pé
Fale o que quiser, pode vir que já é
Junto com a ralé sei dar marcha ré
Só Deus pode me julgar
Por isso sou da fé.
(MV. BILL - MÚSICA SÓ DEUS PODE ME JULGAR)